segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Tatuagens




A tatuagem pode ser definida como o ato de introduzir ou aplicar pigmentos sobre a pele e é praticado pelos seres humanos desde a Antiguidade com as mais variadas finalidades. Por exemplo, as pessoas se tatuam com fins estéticos, como forma de embelezamento; como simbologia, para mostrar que pertencem a um determinado grupo cultural; como manifestação de rebeldia; para prestar homenagens ou em sinal de compromisso com pessoas queridas.

De que forma a tatuagem pode ser prejudicial à pele?
Os pigmentos introduzidos na pele podem provocar reações alérgicas e, em raros casos, desencadear o surgimento de tumores, inclusive câncer de pele.

A tatuagem de henna pode oferecer riscos à pele, como a tinta da tatuagem definitiva?
É muito comum a ocorrência de reações alérgicas (dermatite de contato) com esse tipo de tatuagem. Essas reações são causadas por substâncias adicionadas à henna com o intuito de deixar a tatuagem mais escura.

É recomendado que pessoas com algum tipo de alergia na pele façam tatuagens? Em que pode ser prejudicial?
As pessoas com histórico de qualquer tipo de alergia na pele apresentam maior risco de desenvolver alergia aos pigmentos das tatuagens do que pessoas não alérgicas. Portanto, deveriam evitar tal procedimento.

Qual é a opinião dos dermatologistas sobre a remoção de tatuagens? É algo aconselhável ou perigoso? Quais são os tipos de remoção?
É consenso entre os dermatologistas o fato de que ainda não existe um método totalmente eficiente para a remoção de tatuagens. Os custos desses procedimentos são elevados, os tratamentos são dolorosos e costumam deixar cicatrizes. Entre os métodos disponíveis, estão a retirada cirúrgica, o lixamento da pele (dermoabrasão) e o tratamento com laser, atualmente considerado o mais eficiente. No entanto, a resposta é muito variável, pois sua eficácia depende da cor do pigmento, por isso nem sempre se consegue a remoção total da tatuagem.

A tatuagem pode levar a uma cicatriz indesejada?
Sim, em pessoas com tendência à formação de cicatrizes exageradas, pode haver a formação de cicatrizes inestéticas e quelóides.

É possível remover quelóides, caso eles aconteçam?
As cicatrizes inestéticas e quelóides podem ser amenizados com tratamento, mas dificilmente se conseguirá um aspecto normal novamente.

As tatuagens que vêm em chicletes para serem coladas na pele são confiáveis?
Não temos observado qualquer tipo de reação a esse tipo de tatuagem.

A maquiagem definitiva pode ser considerada tatuagem?
Sim. Maquiagem definitiva nada mais é do que uma tatuagem profissional com fins estéticos.

Há alguma parte do corpo em que seja menos recomendado fazer uma tatuagem? Por quê?
Se pensarmos nas reações alérgicas, todas as partes do corpo estão sujeitas ao problema. No entanto, se pensarmos numa futura remoção, seria melhor que se evitasse tatuar as áreas mais expostas do corpo, como face e mãos, pelo risco de cicatrizes aparentes.

Fonte:
www.idmed.com
Airton dos Santos Gon é Doutor e Mestre em Medicina e Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Londrina. Possui experiência na área de Medicina, com ênfase em Dermatologia.

Vigorexia


A vigorexia é um dos extremos da preocupação exagerada com a forma física. Enquanto a anorexia e a bulimia são mais frequentes em mulheres, que deixam de se alimentar ou comem para depois vomitar porque acreditam estar gordas, a vigorexia afeta mais os homens que desejam desenvolver seus músculos, já que se veem fracos e doentes.


A vigorexia associa beleza com músculos definidos e é um transtorno vinculado a problemas de personalidade. Conseguir um corpo perfeito é prioridade para milhões de pessoas que querem ficar dentro dos padrões de beleza estabelecidos pelo cinema, moda, televisão, publicidade, amigos, etc., e transformam esse objetivo em escravidão. A vigorexia não tem relação com a prática regular e saudável de esportes nem com o culturismo - a prática de exercícios físicos dirigidos ao excessivo desenvolvimento dos músculos.


No entanto, entre os seguidores do culturismo, costuma haver pessoas com vigorexia. Homens jovens, sem maturidade e com baixa autoestima são as principais vítimas da vigorexia, mas os casos entre as mulheres têm aumentado bastante. Assim como quem sofre de anorexia e bulimia, as pessoas com vigorexia precisam de tratamento médico e psicológico.


Sacrifícios


As pessoas com complexo de Adônis consideram que todos os sacrifícios são pouco para conseguir um corpo perfeito. É uma corrida sem fim, porque a imagem vista no espelho por alguém com vigorexia é sempre a de uma pessoa sem músculos e sem qualquer atrativo físico. Essa corrida para obter o corpo perfeito começa com a dependência doentia da academia e da prática de esportes, com mudança de dieta, baseada em proteínas e carboidratos e com o consumo de anabolizantes e esteróides.


A autoestima diminui e a necessidade de fazer atividade física, o tempo todo, afasta a pessoa com vigorexia dos amigos, da família, do trabalho e de qualquer outra atividade. Ela se torna um ser introvertido e fechado. A frustração que acompanha a vigorexia pode explodir em episódios de grande violência. Isso acontece principalmente quando o entorno sociocultural elogia um homem atlético, forte e temido.


Saúde física


Ao contrário do que se pensa, uma pessoa com vigorexia não está fisicamente saudável. Ossos, tendões, articulações e músculos sofrem consequências do exercício excessivo, e lesões são frequentes. Diante da dor produzida pela forte intensidade da atividade física, o corpo libera endorfinas para reduzi-la. A quantidade de endorfinas aumenta proporcionalmente ao tempo dedicado aos exercícios, tornando a pessoa “viciada” nesta substância e, com isso, em academia.


A alimentação pobre em gorduras e rica em carboidratos e proteínas causa transtornos metabólicos, que se agravam com o uso de anabolizantes e esteróides. Problemas cardíacos, renais e hepáticos, retenção de líquidos e atrofia testicular são apenas alguns dos distúrbios associados à vigorexia.


Prevenir e curar


As crises de autoestima e pânico em fracassar costumam começar na adolescência, por isso é fundamental orientar o jovem sobre a prática saudável de uma série de atividades, entre elas o esporte. Com a atividade física, o jovem aprende a diferença entre procurar boa imagem de si mesmo, o que é bom, e se prender a um determinado modelo sociocultural, que pode levar à frustração e se transformar em uma doença.


Geralmente, a vigorexia afeta homens entre 18 e 35 anos; mas, em muitos casos, os problemas que levam à obsessão pelo desenvolvimento dos músculos começam na puberdade. Resgatar a autoestima é fundamental para a pessoa com vigorexia. Trata-se de recuperar a imagem e modificar comportamento e os hábitos para poder se aceitar de novo. O tratamento psicológico deve ser acompanhado por orientação médica sobre alimentação e desintoxicação de produtos como anabolizantes e esteróides. A atividade física não deve ser cortada, mas é preciso reduzir gradativamente o tempo e intensidade de exercício.